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RESPOSTA A CERTAS CALÚNIAS E BLASFÊMIAS
Resposta a Certas Calúnias e Blasfêmias com que algumas pessoas de má disposição têm empreendido gravar de ódio a doutrina da eterna predestinação divina.
“Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?” [Rm 9.20].
Mui amados irmãos, não devemos espantar-nos se o artigo da eterna predestinação divina for de tal modo assaltada e combatida pelos mantenedores de Satanás, visto ser ela o fundamento de nossa salvação, como igualmente serve para melhor engrandecermos a soberana bondade de Deus para conosco. Por seu turno, os cães que rosnam contra ela, imaginando ter boa e favorável razão, são, a esse respeito, mais empedernidos. Como em toda a verdade nada é mais contrário ao entendimento do homem do que pôr a causa de nossa salvação no beneplácito de Deus, afirmando que tão-somente a ele pertence escolher-nos, sem achar em nós absolutamente nada que o levasse a escolher-nos, e, depois de nos haver escolhido, outorgar-nos a fé através da qual fôssemos justificados. Por que razão? Visto que ele não está obrigado a pessoa alguma, é de bom alvitre que fique em sua mera liberdade dar graça a quem bem lhe aprouver, e deixar o resto em sua perdição. No entanto, me detenho de tratar mais amplamente desta matéria, porquanto o leitor pode encontrar maior amplitude dela nos livros que já se acham impressos, os quais, provavelmente, te contentarão.
Quanto ao escrito que foi disseminado com o fim de abolir este artigo de nossa fé, certamente ele não merece resposta. Sendo, de um lado, tão saturados de ignorância e bestialidade, todos facilmente poderão formar juízo sobre o assunto; e, por outro lado, são tão saturados de impudência, que surpreende que estes desaforados e despudorados enganadores, abusando tão vilmente das Santas Escrituras, ainda sejam ouvidos; não obstante, visto que eu entendo que há ainda alguns simples e fracos que se deixam perturbar por isso, portanto creio ser de bom alvitre tentar mostrar-lhes que precisam ser suscetíveis de ensino, que devem tomar sua decisão de não mais se deixar enganar por esses fraudulentos.
Em primeiro lugar, o autor daquele escrito foi Sebastian Castellio [Sebastião Castélio], ou algo assim; o qual tenta mostrar que Deus criou todo o mundo para ser salvo, e alega que ele labora para atrair todos os que se extraviaram. O que eu confesso com respeito à doutrina da fé e do arrependimento, a qual ele propõe a todos em geral com o fim de atrair a si seus eleitos, ou fazer os demais inescusáveis.
Deus, pois, chama todos ao arrependimento e promete a todos os que se voltarem para ele que os receberá em sua misericórdia. Mas isto não significa que ele toca com mão vivificante de seu Santo Espírito a todos aqueles a quem ele fala. No dizer de Isaías no capítulo 53, seu braço não é revelado a todos os que ouvem [v. 1]. Com o que concorda a sentença de nosso Senhor Jesus Cristo: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer” [Jo 6.44]. E a Santa Escritura mostra em todas as suas partes que a conversão é um dom especial de Deus. E deveras a passagem de Ezequiel, onde esse perturbador busca refúgio, confirma sobejamente bem minha afirmação. Porquanto o profeta, havendo dito, “não tenho prazer na morte de um pecador” [Ez 18.32], adiciona: “mas em que o perverso se converta e viva” [Ez 33.11]. Com isso ele tem em vista que Deus insiste e exorta a todos os que se extraviam para que se convertam ao caminho certo. Mas não que de fato ele conduz todos a si pelo poder de seu Espírito. O que ele não promete senão a um certo número, transparece bem no capítulo 31 de Jeremias, no capítulo 37 de Ezequiel, no capítulo 11 de Ezequiel e em toda a Escritura.
A segunda razão desse escrito é que todos os homens são criados à imagem de Deus, a qual, diz ele, não foi abolida, mas simplesmente ficou sujeita ao mal. Como se coubesse ao homem a aventura de crer em seu mero dito. Mas, em contrapartida, a Escritura mostra que, muito embora aí permaneça ainda em nós algum resquício da imagem de Deus, contudo toda ela está desfigurada, a ponto de a razão ser cega e o coração, perverso. Daí por natureza sermos totalmente malditos. Vemos, pois, finalmente, que pela vontade e decreto de Deus todos nós temos vivido em sujeição à condenação eterna pela queda de um só.
Concernente àquilo que esse perturbador acrescenta, ou, seja, que, se crermos, somos libertados através de Cristo pelo poder do evangelho e do Espírito Santo, isso de nada serve senão para confirmar nossa doutrina. Pois cumpre que partamos do fato de que ninguém crê, a não ser aqueles que já estão ordenados para a salvação, de acordo com Atos [13.48] e toda a Santa Escritura, a qual se acha saturada com a ideia. Razão por que ele diz que os eleitos de Deus são isentados daquela condenação comum mediante a fé.
O terceiro artigo contém uma horrível blasfêmia, a saber: se Deus criou os homens para depois condená-los, sua vontade e a do diabo são uma e a mesma. Os que falam assim, mostram sobejamente claro que são completos zombadores de Deus e desprezadores de toda a religião. Aprouve a Deus que Jó fosse roubado e espoliado; em suma, tudo isso é ali atribuído ao diabo e a todos os ladrões salteadores; lemos claramente que tudo isso ocorreu pelo beneplácito de Deus. Porventura concluiríamos que a vontade de Deus e a do diabo são uma e a mesma coisa? No entanto os que sabem que os juízos divinos são insondáveis, e que ao mesmo são conscientes de suas próprias fraquezas adorarão tais juízos com toda reverência e humildade, e saberão estabelecer uma diferença, ainda quando Deus queira a mesma coisa que o diabo realiza; e, no entanto, deveras em aspectos adversos. E, portanto, que ele merece ser sempre reconhecido como justo, ainda quando seu conselho nos seja incompreensível.
Depois de abolir a eleição divina, como se ele a confessasse, responde que Deus não criou nem predestinou a ninguém para não crer, visto que ele chama a todos. Com isso ele revela que nunca aprendeu o abc dos cristãos, já que não conhece como distinguir entre a pregação externa, que é efetuada pela boca dos homens, e a vocação secreta de Deus, pela qual ele toca o âmago dos corações. Ora, quando no final do Evangelho de Marcos [16.15] se ordena que o evangelho seja proclamado a todos, isto não implica que Deus, pois, opera em todos pelo poder de seu Espírito. E, quando lemos no segundo capítulo da Primeira Epístola de Timóteo, que “Deus deseja que todos os homens sejam salvos” [1Tm 2.4], a solução é adicionada logo a seguir: “para que cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. Por que, pois, ele mesmo não quis que no presente tempo o evangelho seja pregado a todos? Então ele já teria iluminado o mundo inteiro com a fé. É surpreendente que esta fronte despudorada não se envergonha de tomar para si o décimo capítulo de Romanos [10.16–20], onde o texto declara expressamente que todos não creem no evangelho porque Isaías já havia dito que o braço do Senhor não seria revelado a todos. Ainda no sexto capítulo de João [6.37], onde Jesus Cristo declara expressamente que todos quantos o Pai lhe desse iriam a ele. E, no tocante ao que ele diz, que seriam ensinados por Deus [Jo 6.45], há uma promessa especial dirigida à Igreja; como também o Senhor Jesus Cristo foi fiel expositor disso, dizendo: “todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse o tem visto” [Jo 6.45]. Com isso ele mostra que nem todos são interiormente chamados. Logo depois [Jo 6.65], ele ainda confirma a mesma coisa. “Por causa disto é que vos tenho dito: Ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.” Não obstante, esse homem rústico imagina que escapou sem problema, havendo falado uma palavra de predestinação, sem fazer qualquer confronto do texto apresentado de modo tão contundente, onde se lê:
“E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus sua misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti meu poder e para que meu nome seja anunciado por toda a terra. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” [Rm 9.11–18]. Além disso, quando cremos que isto procede do fato de Deus haver nos escolhido, daí se segue que o resto do mundo permanece cego. Visto, porém, que seria muito alegar que todos considerem todos os passos que são deduzidos num livrinho que nosso irmão senhor Beza elaborou, e então o leitor ficaria muito satisfeito com isso.
Para mostrar que o endurecimento de faraó não procedeu de Deus, ele evoca o que lemos no terceiro e quarto capítulo de Êxodo. “Eu te ordenei: Deixa ir meu povo, e não quiseste ouvir.” Disso não se segue que Deus não ordenara a faraó que fosse glorificado em sua obstinação e dureza, como ele protesta, no nono capítulo de Êxodo. E Paulo o evoca neste sentido, no nono capítulo de Romanos [Rm 9.17]. Isto, portanto, é estupidamente concluído deste impudente indivíduo, de que nossa vontade é a primeira e principal causa do mal. Deveras confesso que ela é uma causa próxima e a genuína raiz de nossa condenação. Mas, para que alguém o possa admitir, ele evoca a autoridade de Amerbachius, que é um advogado e um teólogo tão habilidoso quanto um farmacêutico é um bom açougueiro.
No que diz respeito a Melancthon, se este campesino não se fundasse em si mesmo, a respeito de Melancthon, como pretende, e sim no evangelho, como provaria ele, pelo evangelho, que Deus não ordenara de suas criaturas? No tocante ao que ele nos imputa, que impomos uma fatal necessidade como fazem os estoicos, isso não passa de uma vil calúnia. Pois os estoicos fizeram Deus sujeito a tais necessidades, fazendo uma rede de causas obscuras, na qual Deus se acha emaranhado. Nós, porém, deixamos o Senhor e Mestre em plena liberdade, atribuindo o soberano império à sua providência em dispor todas as coisas. Concernente ao que este matuto tagarela acerca do livre-arbítrio, é sobejamente rejeitado em toda a Escritura. Porquanto liberdade e escravidão são contrárias. Ora, que somos servos, pior, escravos do pecado, não há necessidade de recorrermos a apenas uma passagem, visto que toda a Escritura se acha saturada do assunto.
Não obstante, para dar alguma importância ao seu erro, ele alega que Jerusalém não receberia a graça de Deus, sim, como se isso provasse o livre-arbítrio, para escolher o bem ou o mal. O leitor achará tudo isso em meus livros, como tenho ensinado, ou, seja, que não devemos buscar a causa de nossa perdição em algum outro lugar fora de nós mesmos e em nossa perversa vontade. No entanto, não se segue que esteja em nós mudarmos nossa vontade, a qual é totalmente dedicada ao mal.
O leitor descobrirá ainda que eu tenho ensinado aquilo que esse perturbador pretende aqui trazer à plena luz, a saber, que nossa vontade é a causa ou o meio de se abraçar a salvação. Porquanto não carece alegar que Abraão creu em Deus, e que esse ato foi lhe foi imputado para a justiça. Pois em toda a verdade seria necessário que o homem aceitasse a graça de Deus. Mas a questão é de saber qual é a causa primeira. E este é o poder do Espírito Santo, através do qual somos atraídos à obediência de Deus, à medida que ele nos escolheu e nos adotou por seus filhos antes da fundação do mundo. Ora, neste sentido este cão vil mostra com suficiente clareza que ele não leva em conta o teor da Santa Escritura; o quanto está nele fazê-lo, ele abole ou pisa sob a planta de seus pés. Porque, quando passa a declarar como Abraão foi salvo por meio de sua vontade, ele diz que esta vontade é aquela que implantou no homem, ao criá-lo à sua própria imagem. Com isso ele abole totalmente toda a graça do Espírito Santo; e nessa impiedade não só os papistas vão além, mas também alguns dentre os pagãos. Pois os papistas mantêm tal medida no enaltecimento de seu livre-arbítrio, que confessam que, sendo corruptos e depravados, nada podemos fazer se Deus, através de seu Espírito e graça supernatural, não nos ajudar, nos orientando e dirigindo. Mas, concernente à Santa Escritura, ela nos mostra que seremos sempre rebeldes contra Deus, até que ele nos tenha mudado e renovado. E essa é a razão por que, pois, Moisés disse ao povo [Dt 29.4] que Deus ainda não lhes dera coração para entender e olhos para verem. E por isso, para que Deus seja obedecido, ele diz que este lhes daria um coração novo, removendo o coração de carne [Jr 31; Ez 11.17]; e Paulo, em sua Epístola aos Filipenses [2.13], afirma que Deus é quem opera o querer e o fazer. E, no Evangelho de João [1.13], lemos que recebem a Cristo os que nascem “não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas Deus”. E Lucas, falando da mulher [Lídia, At 16], mostra muito bem como todos são atraídos à fé, a saber, que Deus abre o coração, para que sua Palavra seja compreendida.
Ora, é indubitável que essas coisas não expressam a ordem comum da natureza. E no entanto esse vilão ousa fazer menção daquilo que Paulo afirma no terceiro capítulo da Epístola a Tito, que Deus nos salvou, não segundo nossas obras, mas segundo sua misericórdia; conjeturando disso que nossa vontade é livre, porém não tão constante. Ora, quando Paulo, no terceiro capítulo de Romanos [v. 10–18], fala da vontade do homem, tal como é por natureza, ele interpreta com suficiente clareza que não há nela nada senão perversidade e malícia. Ele faz o mesmo no oitavo capítulo [v. 7], dizendo que todos os nossos pensamentos são inimizade contra Deus. Notemos, pois, como isto concorda com aquilo que esse perturbador tagarela, dizendo que Deus nos renova depois que consentimos com sua vocação. E ele não se envergonha de mencionar, com o mesmo propósito, o quinto capítulo de Efésios, onde ele fala disso como das fábulas de Marlin. Mas, em contrapartida, ele diz na mesma epístola [Ef 2.1, 2], onde cada um de nós estava morte em seus pecados, e cativo de Satanás, e que era filho da ira como os demais, no entanto Deus o vivificou etc. E, em Efésios 1, ele mostra muito bem que a fé e a regeneração procedem de nenhuma outra fonte senão da soberana eleição. E, deveras, seria preciso que Deus realizasse em nós aquilo que ele falou pelos lábios de seu profeta Isaías, no capítulo 65 [v. 1]: “Fui buscado pelos que não perguntavam por mim”. Veja-se por que João Batista, reprovando a rudeza e dureza de seus discípulos, diz no terceiro capítulo de João: “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” [Jo 3.27]. E, o que é pior, esse perturbador não se envergonha também de evocar o texto onde Deus opera o querer e o fazer, fazendo-nos crer que a graça de Deus segue nossa boa vontade. Seja como for, Paulo, neste lugar, sem deixar nada ao homem, atribui a Deus todo o louvor de nossa salvação. Como ele diz no primeiro capítulo de Filipenses [v. 6], “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus”. E por isso ele faz a graça de Deus vir no rastro do livre-arbítrio.
Ora, em seguida esse perturbador se esforça em extremo para provar que há no homem uma vontade, como se alguém negasse isso. Mas ele quer mostrar que essa vontade é livre para escolher o bem e o mal. Ora, como ele o provaria? Lançando mão do sétimo capítulo de Romanos, afirmando que este texto não pode ser deturpado. Aqui, porém, os homens podem facilmente julgar como a mente é petulante e perversa, visto que Paulo, ali [Rm 7], declara que, muito embora sua vontade labutasse e se esforçasse em praticar o bem, já que fora regenerado pelo Espírito de Deus, contudo amiúde ia saltitando num só pé. Logo depois ele faz menção do sétimo capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios, onde fala da vontade do homem que tem uma filha pronta para o casamento [v. 36]. Eis uma matéria oportuna para fundar o livre-arbítrio. No tocante ao capítulo 30 de Deuteronômio, onde lemos: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência” [v. 19]. Paulo, no décimo capítulo de Romanos [v. 19], fornece uma solução suficiente, a saber, que Moisés pressupõe que Deus põe sua palavra no coração. Eis a razão por que ele diz que este deve ser o caso com o evangelho.
Concernente ao Eclesiástico que, a despeito de ser apócrifo, fala simplesmente da doutrina externa, mas que a graça interior é algo separado e independente, que é tão favorecido e confundido por esse perturbador, que sob a vaga ideia de que Jesus Cristo chama a todos os que se acham cansados e sobrecarregados, ele conclui que a graça é dada igualmente a todos. Mas ele não reconhece que Jesus Cristo, depois de haver pregado mais excelentemente que todas as criaturas, diz logo adiante que seu Pai os atrairia para que cressem nele.
No fim, correndo para salvar aquele texto de Paulo onde lemos que, se um oleiro faz um vaso de barro como lhe apraz, isto mostra que Deus dispõe de suas criaturas. Solicito que o leitor observe bem as soluções prazenteiras que ele apresenta, a saber, que Deus extasia por meio de milagres, ou doenças, a um e outro, como lhe parece bem. Como se Paulo ali não falasse expressamente que Deus, segundo seu imutável propósito, ou escolheu, ou rejeitou os homens, antes mesmo que nascessem, ou antes que pudessem praticar o bem ou o mal, com o fim de mostrar que não é de quem quer nem de quem corre, e sim de usar ele de misericórdia, que seus eleitos se salvam. Tais promessas, sendo dignas da conclusão que ele faz, acheguemo-nos a Deus, e consintamos com ele, e ele se achegará a nós. Como se a primeira aproximação não fosse que ele quer buscar-nos, ainda quando estejamos longe dele. É verdade que Deus às vezes usa esta linguagem: “Volta-te para mim, e eu me voltarei para ti”. Mas ele faz isto simplesmente para mostrar qual é nosso dever, e não qual é nosso poder.
Louvado seja Deus!
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About Sermões Sobre Eleição e ReprovaçãoEsta coletânea de sermões a partir do livro de Gênesis lida com um tema glorioso que, ao longo das eras, tem sido por vezes mal interpretado e ignorado da maneira mais injusta, e, na maioria dos casos, vergonhosamente negado e combatido. Calvino conduz o leitor destes sermões ao entendimento correto dessa doutrina profunda, fazendo com que encare a verdade bíblica da soberania do Criador e compreenda que Deus é Deus, de modo que não precisa apresentar justificativas ao homem nem lhe explicar o poder que o Oleiro tem sobre o barro, quando molda, para desonra, os vasos de ira preparados para a destruição. Embora nem todos os sermões tratem explicitamente sobre a predestinação, todos eles são profundamente doutrinários e práticos. Ao longo de todas as exposições, assim como em toda a teologia de Calvino, encontra-se o tema que perpassa todas as coisas: a soberania do Deus e Pai de Jesus Cristo. Esta soberania é o propósito e poder divinos governando todas as coisas que acontecem, a desobediência do réprobo e, de igual modo, a obediência do eleito, tudo para a glória de Deus na salvação da igreja de Jesus Cristo. Seguindo o apóstolo Paulo em Romanos 9, João Calvino via na história inspirada de Jacó e Esaú a revelação da predestinação eterna de certos indivíduos para a salvação, e de outros para a danação eterna. |
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